Conversion: My Ebenezer – de Kathleen Norris

No hinário presbiteriano da minha avó Totten dos anos 50, o grande hino do século XVIII, “Vem, Fonte de Todas as Bênçãos”, tem uma palavra que confundiria a maioria das pessoas hoje em dia. Eu próprio tive de a procurar. O segundo verso começa: “Aqui levanto o meu Ebenezer”: “Aqui, pela tua ajuda, eu venho.”

A referência teria sido clara para a minha avó, e para Emily Dickinson, já agora. A palavra “Ebenezer” é encontrada numa passagem em Primeiro Samuel, um dos livros históricos das escrituras hebraicas. Ela descreve um acontecimento, a celebração da vitória de Israel sobre o exército filisteu, uma vitória que veio contra as probabilidades, quando a voz estrondosa de Deus lançou as tropas em confusão, e elas fugiram. A passagem diz: “Então Samuel tomou uma pedra, e colocou-a entre Mizpeh e Shen, e chamou-lhe Ebenezer, dizendo: Até agora o Senhor nos ajudou” (1 Sam 7:12 KJV).

Há um momento poderoso em qualquer conversão religiosa, talvez a qualquer fé, em que uma pessoa percebe que todos os mentores, e tudo o que eles disseram, todo o tempo gasto na leitura das Escrituras, ou engajados no que parecia uma oração estúpida, aborrecida, ou sem esperança, afinal tem sido de ajuda. Não é nada que você tenha feito, mas tudo isso é um acontecimento, a presença de Deus e a ajuda de Deus. Os inimigos que você estava enfrentando, quaisquer que fossem os obstáculos acumulados contra você, mesmo a sua própria confusão, simplesmente desapareceram. E você está certo de que foi Deus que o trouxe até este momento, que pode até sentir-se como uma vitória.

Tenho à minha disposição qualquer número de referências para me informar que “Ebenezer” significa “Pedra de Ajuda”. Também tenho a versão moderna do hino, que diz: “Aqui encontro o meu maior tesouro; Aqui por eles ajudam-me a ter vindo.” Perto, mas sem charuto. Não é só o facto de termos perdido tanto na tradução. É uma perda de alfabetização bíblica, uma fluência com as palavras das escrituras que empobrece a linguagem da fé. E todos os métodos sofisticados de interpretação bíblica que temos concebido no nosso tempo, mesmo os melhores deles, não nos ajudarão muito se essas palavras não estiverem na imaginação humana, nos nossos corações e nas nossas línguas.

– de “Amazing Grace”

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